Antes de focar o ensino da música, uma apreciação dos termos “pedagogia” e “ativa”.
O termo pedagogia deriva do grego e quer dizer amigo (gogo) da criança (pedo). Originalmente o termo designava o escravo que levava as crianças para a escola (scholé, que quer dizer ócio, em grego) para que o mestre (ludus magister, mestre de jogos ou brincadeiras) efetue a educação (do latim ex, que quer dizer para fora e duccere, que quer dizer conduzir, ou seja, educação, do latim ex duccere, quer dizer conduzir para fora). *1 O termo ativa se refere à qualidade ou estado de ser em ato; ao que tem participação, influência. *2
O amigo da criança que as leva ao ócio para que o mestre de brincadeiras possa ajudá-las a manifestar seu potencial.
Brincadeiras à parte (essa "tradução" é bem tendenciosa), isso é sintético, quase uma Constituição. E o que seria, então, o contrário da pedagogia ativa? Pedagogia passiva, tradicional?
O que é a pedagogia tradicional?
A pedagogia tradicional é uma proposta de educação centrada no professor cuja função define-se por vigiar os alunos, aconselhá-los, ensinar a matéria e corrigí-la. A metodologia decorrente de tal concepção tem como princípio a transmissão dos conhecimentos frequentemente através de aula expositiva, numa sequencia predeterminada e fixa, enfatiza a repetição de exercícios com exigências de memorização .
O professor fala, o aluno ouve e aprende. Não leva em consideração o que a criança aprende fora da escola, seus esforços espontâneos, a construção coletiva.
A figura do professor como detentor do saber é a força motriz. Na maioria das escolas essa prática pedagógica se caracteriza pela sobrecarga de informações que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, muitas vezes burocratizado e destituído de significação.*3
O professor fala, o aluno ouve e aprende. Não leva em consideração o que a criança aprende fora da escola, seus esforços espontâneos, a construção coletiva.
A figura do professor como detentor do saber é a força motriz. Na maioria das escolas essa prática pedagógica se caracteriza pela sobrecarga de informações que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, muitas vezes burocratizado e destituído de significação.*3
Mas para entender porque esse foi o ensino tradicional temos que entender o processo histórico da criação das escolas.
No início do século passado, surgem os sistemas nacionais de ensino. Esses sistemas foram originalmente constituídos sob o princípio orientador: A Educação é direito de todos e dever do Estado. Assumindo o poder com a Revolução Francesa e intencionando nele se consolidar, a burguesia defende a constituição de uma sociedade democrática, ou seja, a democracia burguesa. Para ascender a um tipo de sociedade fundada nos princípios da igualdade, fraternidade e liberdade entre os indivíduos, era imprescindível vencer a barreira da ignorância. Somente assim seria possível transformar os súditos em cidadãos, isto é, em indivíduos livres porque esclarecidos. Tal tarefa só poderia ser realizada através da escola.
Nesta perspectiva, a marginalidade é identificada com a ignorância, ou na nova sociedade burguesa, o marginal é o ignorante. A escola é vista, portanto, da marginalidade . Dentro deste quadro, o papel da escola é o de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. A escola tem a intenção de conduzir o aluno até o contato com as grandes realizações da humanidade, isto é, o que essa classe social elegeu como os grandes valores da humanidade. Esta escola realça os modelos em todos os campos do saber. O professor é o responsável pela transmissão dos conteúdos, é o centro do processo educativo. Deve, portanto, ter domínio dos conteúdos fundamentais e ser bem preparado para a transmissão do acervo cultural.
A experiência relevante que o aluno deve vivenciar é a de ter acesso democrático às informações, conhecimento e idéias, podendo, assim, conhecer o mundo físico e social. Enfatiza-se a disciplina intelectual, para o que se necessita de atenção, concentração, silêncio e esforço. A escola é o lugar por excelência onde se raciocina e o ambiente deve ser convenientemente austero para o aluno não se dispersar.
O professor (mais tarde, o dono da escola) tem poder decisório quanto à metodologia, conteúdo e avaliação. Procura a retenção das informações e conceitos através da repetição de exercícios sistemáticos (tarefas). Há a tendência de tratar a todos os alunos igualmente: todos deverão seguir o mesmo ritmo de trabalho, estudar os mesmos livros-texto, no mesmo material didático e adquirir os mesmos conhecimentos. Aqui, a concepção de educação é caracterizada como produto, já que estão pré-estabelecidos os modelos a serem alcançados. Não se destaca, portanto, o processo. São privilegiadas as atividades intelectuais.
A transferência da aprendizagem depende do treino, sendo imprescindível a retenção, a memorização, para que o aluno responda a situações novas de forma semelhante às situações anteriores. Em resumo, pode-se afirmar que nesta pedagogia há uma redução do processo educativo a, exclusivamente, uma de suas dimensões: a dimensão do saber.*4
Nesta perspectiva, a marginalidade é identificada com a ignorância, ou na nova sociedade burguesa, o marginal é o ignorante. A escola é vista, portanto, da marginalidade . Dentro deste quadro, o papel da escola é o de transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. A escola tem a intenção de conduzir o aluno até o contato com as grandes realizações da humanidade, isto é, o que essa classe social elegeu como os grandes valores da humanidade. Esta escola realça os modelos em todos os campos do saber. O professor é o responsável pela transmissão dos conteúdos, é o centro do processo educativo. Deve, portanto, ter domínio dos conteúdos fundamentais e ser bem preparado para a transmissão do acervo cultural.
A experiência relevante que o aluno deve vivenciar é a de ter acesso democrático às informações, conhecimento e idéias, podendo, assim, conhecer o mundo físico e social. Enfatiza-se a disciplina intelectual, para o que se necessita de atenção, concentração, silêncio e esforço. A escola é o lugar por excelência onde se raciocina e o ambiente deve ser convenientemente austero para o aluno não se dispersar.
O professor (mais tarde, o dono da escola) tem poder decisório quanto à metodologia, conteúdo e avaliação. Procura a retenção das informações e conceitos através da repetição de exercícios sistemáticos (tarefas). Há a tendência de tratar a todos os alunos igualmente: todos deverão seguir o mesmo ritmo de trabalho, estudar os mesmos livros-texto, no mesmo material didático e adquirir os mesmos conhecimentos. Aqui, a concepção de educação é caracterizada como produto, já que estão pré-estabelecidos os modelos a serem alcançados. Não se destaca, portanto, o processo. São privilegiadas as atividades intelectuais.
A transferência da aprendizagem depende do treino, sendo imprescindível a retenção, a memorização, para que o aluno responda a situações novas de forma semelhante às situações anteriores. Em resumo, pode-se afirmar que nesta pedagogia há uma redução do processo educativo a, exclusivamente, uma de suas dimensões: a dimensão do saber.*4
Observe como isso é o padrão na maioria das escolas de música, desde as salas de aula da escola básica aos projetos de formação de músicos até as faculdades e conservatórios brasileiros.
É’ preciso ver que esse ensino tradicional foi uma conquista, foi um avanço em relação ao passado. Foi a idéia de criar a escola para todos, coisa que no Brasil só veio realmente acontecer nos anos 70 do século XX. Quando esse ensino é realmente colocado em prática atingindo toda a população brasileira ele já tem acumulado quase um século de críticas quanto aos resultados e principalmente quanto a seus propósitos.
É’ preciso ver que esse ensino tradicional foi uma conquista, foi um avanço em relação ao passado. Foi a idéia de criar a escola para todos, coisa que no Brasil só veio realmente acontecer nos anos 70 do século XX. Quando esse ensino é realmente colocado em prática atingindo toda a população brasileira ele já tem acumulado quase um século de críticas quanto aos resultados e principalmente quanto a seus propósitos.
*1 http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/filos30.htm
*2 (Dicionário Aurélio)
*3 http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080819113425AAt32iN
*4 http://www.obore.com/acontece/textos_especiais_em_torno_de_algumas.asp
*4 http://www.obore.com/acontece/textos_especiais_em_torno_de_algumas.asp
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Olá Teco, sinceramente esqueci de ver teu blog qd voltei do curso do música e movimento em outubro. Hj, pesquisando sobre pedagogias ativas, me deparo com esta delícia de blog. Estou encantada! Tudo postado é realmente o q penso! Parabéns!!! Já estou divulgando! Grande abraço!
Simone de FSA
Que bom que vc o encontrou. Queria mesmo que vc o visse, mas, nem lembro porque. Essa postagem é um bom resumo, não é mesmo? Mas, agora lembrei, o que eu queria que vc visse é esse aqui: http://hieroglifolio.blogspot.com.br/2011/12/campos-de-atuacao-na-mente-de-quem.html
Não tenho seu email, nem sei te achar pelo FaceBook. Mande um email pra mim: paulo.galati@gmail.com
Fica mais fácil pra trocar ideas.
abs
Teco
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